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Política
Postada em 12/12/2025 17:23 | Atualizada em 12/12/2025 17:26 | Por Todo Segundo

PF mira figura-chave ligada a Arthur Lira em operação autorizada pelo STF

Investigações indicam que esquema teria beneficiado principalmente o estado de Alagoas
Mariângela Fialek, ex-assessora de confiança do deputado federal Arthur Lira (PP-AL) - Foto: Valadares/Câmara

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta sexta-feira (12), uma operação em Brasília para apurar um suposto esquema de desvio de recursos públicos oriundos de emendas parlamentares. A ação teve como principal alvo Mariângela Fialek, conhecida como Tuca, ex-assessora de confiança do deputado federal e ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Segundo a decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou os mandados de busca e apreensão, as investigações indicam que Tuca “exercia o controle” do fluxo de emendas do chamado orçamento secreto, atuando de forma “contínua, sistemática e estruturada” na gestão dos repasses.

O inquérito que embasou a operação reuniu depoimentos de seis parlamentares, todos ouvidos pela PF. De acordo com Dino, os relatos prestados nas audiências demonstram que Mariângela operava diretamente o envio das emendas, supostamente em nome de Arthur Lira, que comandou a Câmara dos Deputados entre 2021 e 2023.

A decisão judicial aponta ainda a existência de “fortes indícios” de que a ex-assessora integrava uma estrutura organizada destinada ao desvio e ao redirecionamento forçado dos recursos. O ministro afirma que o modelo beneficiava especialmente o estado de Alagoas, reduto eleitoral do parlamentar.

Durante a operação, policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão na residência e na sala de trabalho de Mariângela Fialek, em Brasília. A PF busca documentos, aparelhos eletrônicos e registros que possam confirmar o esquema de manipulação das emendas.

Atualmente, Tuca está lotada como servidora da liderança do PP na Câmara dos Deputados, mas sempre foi considerada uma das principais auxiliares de Arthur Lira, com forte atuação nos bastidores durante o período em que ele presidiu a Casa.

A operação faz parte de uma frente mais ampla que mira desvios envolvendo o antigo orçamento secreto, mecanismo de distribuição de recursos por meio das chamadas RP-9, que se tornou alvo de críticas e questionamentos por falta de transparência. As apurações se concentram em como as emendas foram direcionadas, quem as operacionalizou e quem teria sido beneficiado pelo esquema.

A PF ainda não detalhou o conteúdo apreendido nem os próximos passos da investigação. Lira e Mariângela não se manifestaram até o momento.

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