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Postada em 19/08/2025 08:54 | Por Todo Segundo

Polícia Civil desarticula quadrilha de empréstimos consignados em Maceió

Operação aponta fraudes milionárias: R$ 1 milhão em prejuízos e R$ 8 milhões movimentados
Esquema milionário: Operação “Falso Consignado” em Maceió desmonta quadrilha de R$ 8 milhões - Foto: PC/AL

A Polícia Civil, por meio da Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), deflagrou, na manhã desta segunda-feira (19), a Operação “Falso Consignado”, que desarticulou uma quadrilha especializada em fraudes milionárias contra aposentados e instituições financeiras em Maceió.

O grupo criminoso utilizava documentos falsificados para contratar empréstimos consignados não autorizados, esgotando a margem de crédito das vítimas — em sua maioria idosos. Com os dados adulterados, os golpistas conseguiam abrir contas no sistema Gov.br em nome dos aposentados e, em seguida, contratavam empréstimos principalmente junto a bancos digitais.

Segundo as investigações, o dinheiro obtido era rapidamente transferido para contas de laranjas, que movimentavam os valores até que chegassem ao líder da organização ou a pessoas de sua confiança.

Na ação desta segunda, a polícia cumpriu 15 mandados de busca e apreensão em bairros da capital, como Cidade Universitária, Santa Lúcia, São Jorge, Jacintinho e Feitosa. Também foi cumprido um mandado de prisão preventiva contra o líder da quadrilha, que já se encontra detido no Presídio de Segurança Máxima (PSM) por homicídio qualificado. Agora, ele responderá ainda por estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Apontado como o cérebro do esquema, o criminoso se apresentava como construtor de imóveis para mascarar sua atuação ilegal. Mesmo já tendo sido preso anteriormente pela Polícia Federal por fraudes em aposentadorias, conseguiu reestruturar a rede de estelionatários de dentro e fora da prisão.

As investigações revelam que a quadrilha possuía uma estrutura sofisticada e hierarquizada, com setores especializados na falsificação de documentos, no recrutamento de laranjas e até na criação de empresas fictícias para lavar o dinheiro.

Em apenas uma instituição financeira, o prejuízo ultrapassou R$ 500 mil. No total, os golpes identificados até o momento já passam de R$ 1 milhão, mas a PCAL acredita que os valores podem ser ainda maiores. Cinco dos investigados movimentaram sozinhos cerca de R$ 8 milhões em créditos suspeitos em menos de dois anos.

Além dos crimes financeiros, a investigação descobriu que a organização também recorria à violência para silenciar desafetos e testemunhas. Um dos casos que chamou atenção foi a execução de uma mulher, usada como laranja pelo grupo, assassinada em Marechal Deodoro, em maio de 2024, após tentar se afastar da quadrilha.

As apurações apontam ainda que o líder do esquema chegou a planejar a morte da própria ex-esposa. Diante desses indícios, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) dará continuidade às investigações para verificar a participação da quadrilha em outros crimes violentos.

Entre os 12 alvos investigados, cinco já possuíam passagens pela Justiça por fraudes semelhantes, incluindo golpes contra o INSS. Para a Polícia Civil, a Operação “Falso Consignado” representa um golpe significativo contra o crime organizado em Alagoas, que vinha explorando a vulnerabilidade de aposentados e gerando prejuízos milionários ao sistema financeiro.

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