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Polícia
Postada em 20/05/2025 18:38 | Atualizada em 20/05/2025 18:49 | Por Todo Segundo

Caso Gabriel Lincoln: pais depõem à Polícia Civil nesta quinta-feira (22)

Família afirma que jovem era inocente e cobra apuração transparente sobre a ação policial
Caso Gabriel Lincoln: pais prestarão depoimento à Polícia Civil nesta quinta (22) - Foto: Todo Segundo / Arquivo

É exclusivo . Os pais de Gabriel Lincoln Pereira da Silva, adolescente de 16 anos, morto com um tiro disparado por um policial militar durante uma perseguição no último dia 3 de maio, serão ouvidos nesta quinta-feira (22), pela Polícia Civil de Alagoas. O depoimento será realizado no Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) de Palmeira dos Índios, e será conduzido pelo delegado de homicídios João Paulo Canuto. O advogado da família, Gilmar Torres, acompanhará a oitiva.

O depoimento dos pais faz parte das diligências da investigação instaurada pela Delegacia de Homicídios da 5ª Delegacia Regional, que apura as circunstâncias da morte do adolescente. O caso gerou grande repercussão local e estadual, especialmente por envolver um menor, morto durante uma ação policial que segue sendo questionada por familiares e moradores.

Segundo a versão apresentada pela Polícia Militar, Gabriel desobedeceu a uma ordem de parada e, durante a perseguição, teria atirado contra os agentes, que revidaram. A PM afirma que o jovem estava portando um revólver calibre 38 com cinco munições intactas e uma deflagrada. Já a família contesta essa versão, alegando que o adolescente não estava armado e que a ação foi desproporcional.

De acordo com o advogado Gilmar Torres, o depoimento dos pais será fundamental para reforçar o perfil de Gabriel, descrito por parentes e amigos como um jovem tranquilo, trabalhador e sem histórico de envolvimento com atividades ilícitas. Gabriel havia iniciado recentemente um pequeno negócio de massas caseiras para ajudar nas despesas da casa.

“Os pais vão relatar quem era o Gabriel, sua rotina, seu comportamento. Isso é importante para contrastar com a imagem construída após a ação policial. Nosso objetivo é mostrar que ele foi vítima de um erro grave, ou até mesmo de um abuso de autoridade”, afirmou o advogado.

Gilmar Torres também informou ao Portal Todo Segundo que vem acompanhando o andamento do inquérito, com base no que determina a lei. Segundo ele, esse acesso é uma prerrogativa legal da advocacia, e tem sido essencial para garantir a transparência do processo investigativo.

A defesa da família já solicitou formalmente à Polícia Civil a reprodução simulada da ação policial, com o objetivo de reconstituir o que de fato aconteceu no momento em que Gabriel foi baleado. As armas dos policiais e a arma supostamente apreendida com o adolescente estão passando por perícia.

Enquanto isso, a comunidade segue mobilizada. Manifestações públicas, atos em redes sociais e pronunciamentos de lideranças políticas reforçam os pedidos de justiça e apuração rigorosa. Um novo protesto está marcado para a próxima sexta-feira (23), a partir das 8h, em frente ao CISP do município.

O inquérito ainda está em andamento, e não há previsão de conclusão. O Ministério Público de Alagoas acompanha o caso de perto. Os pais de Gabriel esperam que, por meio da justiça, a memória do filho seja respeitada e que eventuais responsáveis por excessos sejam responsabilizados.

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