Alagoas volta a ser foco da atenção nacional no setor industrial. Nesta quarta-feira (1º), as ações da Braskem (BRMK5) subiram 4,57%, chegando a R$ 6,87, após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorizar a venda da participação da Novonor – antiga Odebrecht – ao fundo Petroquímica Verde, ligado ao empresário Nelson Tanure.

A aprovação do Cade, divulgada na última terça-feira (29), seguiu parecer técnico sem restrições emitido em julho deste ano. Atualmente, 38,3% do capital da Braskem pertence à Novonor, 36,1% à Petrobras e 25,5% a acionistas minoritários.

Em comunicado, a Braskem destacou que eventos futuros podem não ocorrer conforme esperado, e ressaltou o impacto do desastre ambiental de 2019 em Maceió, quando o afundamento do solo em bairros da capital alagoana, causado pela extração de sal-gema, afetou milhares de moradores.

“Qualquer mudança em premissas ou fatores, incluindo o impacto projetado do evento geológico em Alagoas e procedimentos legais relacionados, pode fazer com que os resultados efetivos sejam significativamente diferentes das expectativas atuais”, afirmou a petroquímica.

Para Alagoas, a operação representa uma nova fase da Braskem, mas também recorda os efeitos do passado, que ainda mobilizam autoridades, moradores e investidores. A Novonor, em recuperação judicial desde 2019 com dívida de cerca de R$ 100 bilhões, busca com a venda reforçar a governança da empresa e retomar estabilidade financeira.

O que muda para Alagoas

O estado segue atento à atuação da Braskem, especialmente na mitigação de impactos ambientais e nas ações de reparação social em Maceió. A venda ao fundo ligado a Nelson Tanure traz novas expectativas, mas o histórico do desastre geológico mantém Alagoas no centro das discussões sobre o futuro da petroquímica no país.