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Alagoas
Postada em 08/06/2025 21:40 | Atualizada em 08/06/2025 21:48 | Por Todo Segundo

Bolsa Família supera o número de carteiras assinadas em Alagoas

Estado figura entre os 12 do país onde beneficiários do programa social superam empregos formais
Mais beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada em Alagoas - Foto: Divulgação

Em Alagoas, o número de beneficiários do Bolsa Família ainda supera o total de trabalhadores com carteira assinada, revelando a força do programa de transferência de renda em um estado historicamente marcado pela pobreza e pela informalidade.

De acordo com levantamento do portal UOL, com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de maio de 2025, Alagoas soma 533.449 famílias atendidas pelo programa social, ante 454.659 vínculos formais de emprego.

Esse cenário, que se repete em outros 11 estados — todos no Norte e no Nordeste do país —, evidencia o peso do Bolsa Família no sustento de milhões de lares, mas também sinaliza uma reversão gradual dessa realidade.

Desde janeiro de 2023, o número de empregos formais no estado tem crescido a uma taxa superior ao de famílias beneficiárias. Antes da pandemia de covid-19, apenas oito estados registravam mais beneficiários que trabalhadores formais. Com o impacto econômico da crise sanitária e a ampliação emergencial dos programas sociais, esse número subiu para 13 em 2022. Hoje, caiu para 12.

Ainda assim, a disparidade em Alagoas permanece significativa. O estado integra o grupo de maiores dependências do Bolsa Família, ao lado de Maranhão, Pará, Amazonas e Piauí. No Maranhão, por exemplo, a relação é ainda mais desafiadora: 1,2 milhão de famílias recebem o benefício, contra apenas 669 mil trabalhadores formais. Já em Santa Catarina, a realidade é inversa — para cada beneficiário, há 11 trabalhadores com carteira assinada.

No Brasil, a relação entre beneficiários e trabalhadores formais recuou de 49,6% em janeiro de 2023 para 42,6% em agosto de 2024, segundo os dados mais recentes. Esse movimento decorre da combinação de crescimento econômico, expansão do emprego formal e redução do número de beneficiários do Bolsa Família, que foi reestruturado após o término do Auxílio Brasil e voltou ao formato anterior, com valores reajustados.

A expectativa do governo federal é que o cenário continue melhorando com investimentos em obras de infraestrutura, programas de capacitação e incentivo à formalização do emprego, especialmente no Nordeste. Enquanto isso, para milhares de famílias alagoanas, o Bolsa Família permanece como principal fonte de sustento — e como termômetro da desigualdade social que ainda desafia o estado.

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