08/07/2025 22:56:47
Política
Vereadores boicotam votação e travam planos bilionários da gestão JHC
Prefeito tenta aprovar R$ 1,2 bilhão em empréstimos, mas sofre revés político com esvaziamento da sessão
ReproduçãoAusência de vereadores trava votação de R$ 1,2 bilhão em empréstimos pedidos por JHC
Todo Segundo

A sessão desta terça-feira (9) da Câmara Municipal de Maceió terminou sem a votação dos dois projetos de lei que autorizariam o prefeito JHC (PL) a contrair empréstimos que totalizam mais de R$ 1,2 bilhão. O motivo: falta de quórum.

Dos 27 vereadores da capital, apenas 12 estiveram presentes no plenário. Como o regimento exige a presença mínima de 18 parlamentares para a realização de votações desse tipo, os projetos sequer puderam ser apreciados. A nova data para análise ainda não foi definida.

O esvaziamento da sessão chamou atenção nos bastidores políticos e evidenciou a fragilidade da articulação governista em torno da pauta. Sem apoio suficiente, a base do prefeito viu a tentativa de avançar com os financiamentos ser adiada — em meio a crescentes questionamentos sobre a destinação dos recursos e o volume dos débitos pretendidos.

De acordo com publicações feitas no Diário Oficial do Município do dia 3 de julho, os pedidos somam exatos R$ 1.250.000.000,00. A prefeitura afirma que os valores seriam destinados a obras de infraestrutura urbana, sem detalhamento até o momento sobre quais projetos seriam contemplados nem os prazos para execução.

Caso Siderlane Mendonça

Entre os 15 parlamentares ausentes da sessão, um deles está oficialmente afastado desde abril. O vereador Siderlane Mendonça (PL) foi alvo da operação Empreitada, deflagrada pela Polícia Federal, que investiga crimes como corrupção, desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e crimes eleitorais. O afastamento contribui para o número reduzido de vereadores em atividade, mas não justifica a ausência da maioria.

Clima político e falta de alinhamento

A tentativa frustrada de aprovar os empréstimos escancara um momento de tensão e desarticulação na base do prefeito. Vereadores ouvidos reservadamente afirmaram que não houve um diálogo prévio efetivo com os parlamentares para garantir apoio às propostas. Outros destacaram que a falta de transparência sobre a destinação dos recursos motivou o boicote silencioso.

A prefeitura, por sua vez, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o adiamento da votação.

A oposição, que tem feito críticas constantes à condução administrativa de JHC, vê no episódio um sinal de alerta. “Não se pode autorizar uma dívida bilionária às pressas e sem debate público. A cidade precisa de obras, mas também de responsabilidade fiscal e transparência”, afirmou um parlamentar em reserva.

Com o projeto travado, JHC enfrenta agora o desafio de recompor apoio e esclarecer os pontos obscuros do plano de investimentos — ou arrisca ver sua agenda legislativa emperrar em meio ao crescente desgaste político.

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