20/05/2025 16:08:43
Política
Costura entre velhos rivais pode redesenhar corrida ao governo em 2026
Acordo silencioso prevê divisão de espaços e candidatura ao governo definida por Marcelo Victor
ReproduçãoRenan e Lira ensaiam divisão de forças; governo ficaria com nome indicado por Marcelo Victor
Todo Segundo

As movimentações de bastidores pela sucessão ao governo de Alagoas em 2026 podem tomar um rumo inusitado. Longe do discurso oficial de disputa acirrada, cresce nos bastidores a especulação sobre um possível acordão político envolvendo os principais líderes do estado — um pacto silencioso para evitar desgastes, preservar mandatos e manter o controle sobre os espaços de poder.

O desenho do acordo seria pragmático e estratégico:

• Renan Calheiros (MDB) garantiria sua reeleição para o Senado, conquistando um quinto mandato consecutivo;

• JHC (PL), atual prefeito de Maceió, disputaria a segunda vaga ao Senado, saindo da prefeitura com respaldo político;

• Arthur Lira (PP), por sua vez, manteria sua cadeira na Câmara dos Deputados, onde exerce forte influência nacional.

Com o Senado e a Câmara Federal equacionados, a disputa pelo Palácio República dos Palmares ficaria sob o comando de Marcelo Victor (MDB). Presidente da Assembleia Legislativa e articulador de bastidores, ele não disputaria pessoalmente o governo, mas indicaria um nome de consenso, repetindo a estratégia adotada em 2022, quando viabilizou a candidatura de Paulo Dantas como governador-tampão após a saída de Renan Filho.

Paulo Dantas, por sua vez, está em seu segundo mandato consecutivo como governador — o primeiro tampão e o segundo conquistado nas urnas em 2022 — e não pode disputar a reeleição, conforme determina a legislação eleitoral. Ainda assim, ele permaneceria ativo na política, podendo concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados ou na Assembleia Legislativa, mantendo-se dentro do núcleo de poder que comanda o estado.

A articulação serviria para evitar um conflito aberto entre os grupos de Renan e Lira, que poderia fragilizar a base de todos e abrir espaço para surpresas no cenário político estadual. Ao evitar o embate direto, cada líder preservaria seu espaço político, garantindo continuidade e controle sobre os rumos de Alagoas.

Até o momento, nenhum dos líderes confirmou publicamente essa articulação, mas também não a descartam nos bastidores. Com o tempo jogando a favor de quem tem mandato, o cenário seguirá nebuloso até que o tabuleiro eleitoral comece a ser oficialmente montado em 2026.

Como em Alagoas, a política raramente se resolve apenas nas urnas, as decisões mais importantes costumam ser tomadas bem antes — e longe dos olhos do eleitor. Até lá, tudo pode acontecer em Alagoas — inclusive o improvável.

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