A prefeita de Palmeira dos Índios, Tia Júlia (MDB), voltou a demonstrar insatisfação com a condução das obras de saneamento no município e não descarta a adoção de medidas mais severas, incluindo o embargo total dos serviços. Sua principal crítica recai sobre a má qualidade da recomposição das vias públicas após a abertura das valas, o que tem provocado inúmeros transtornos à população e deixado a cidade em estado de abandono, com ruas esburacadas e visivelmente deterioradas em diversos bairros.
No final do mês passado, a Prefeitura tomou uma medida importante ao suspender, por tempo indeterminado, o alvará que autorizava a implantação do sistema de esgotamento sanitário conduzido pela concessionária Águas do Sertão/CONASA. A decisão interrompe a abertura de novas frentes de obras, mas mantém a autorização para que a empresa conclua os trechos já iniciados, corrija falhas, recupere áreas danificadas e realize as inspeções técnicas necessárias.
De acordo com informações obtidas pelo Portal Todo Segundo, a prefeita estuda agora a suspensão do alvará geral das obras, diante das constantes reclamações dos moradores e da má execução nos serviços de pavimentação.
“Não se trata de ser contra o saneamento, pelo contrário, sabemos o quanto é essencial. Mas o que está em questão é a forma como está sendo feito. O serviço de recuperação das ruas é precário, as vias estão sendo destruídas e não estão sendo devidamente recompostas como deveriam”, teria afirmado Tia Júlia durante reunião com sua equipe de governo.
A gestora destacou ainda que o Executivo municipal tem acompanhado atentamente as denúncias feitas pela população, seja por meio das redes sociais, seja por meio da imprensa local. A revolta dos moradores tem sido crescente, principalmente em bairros onde o cronograma das obras está atrasado e a recomposição das ruas foi feita de forma superficial.
Conforme apurou a reportagem, Tia Júlia foi categórica ao afirmar que, se não houver mudanças efetivas na condução dos trabalhos, o município poderá adotar medidas mais duras. “Não descarto embargar completamente as obras até que haja um entendimento entre o poder público e as empresas responsáveis, com foco total na qualidade dos serviços prestados. A cidade não pode pagar caro por um serviço mal feito”, teria reforçado.
A situação em diversos bairros da cidade é considerada crítica. Buracos expostos, ausência de sinalização, ruas parcialmente interditadas e riscos constantes de acidentes têm causado transtornos diários aos moradores. Segundo relatos, as intervenções são realizadas de forma desorganizada, sem planejamento adequado nem diálogo com a população.
A prefeita também não descarta a possibilidade de aplicação de multas contra Água do Sertão, empresa responsável pela implantação do projeto de esgotamento sanitário em Palmeira dos Índios. A decisão deve ser tomada com base nos diversos prejuízos já causados à infraestrutura urbana desde o início da execução dos serviços.
Entre os principais problemas apontados pela gestão municipal está a recomposição asfáltica deficiente. Em vários trechos, o pavimento voltou a afundar logo após a conclusão das obras, comprometendo a trafegabilidade e aumentando o risco de acidentes, especialmente em áreas com maior fluxo de veículos.
Além da possibilidade de multas e da possível suspensão total do alvará, a Prefeitura estuda novas medidas administrativas ou até mesmo judiciais, caso os danos continuem. Para a prefeita Tia Júlia, o município precisa garantir que os recursos investidos em saneamento gerem resultados positivos e duradouros — e não mais prejuízos à população.
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