A 3ª Vara Federal de Alagoas determinou a realização de uma inspeção judicial no bairro do Bom Parto, em Maceió, marcada para o próximo dia 22. O objetivo é verificar diretamente as condições de imóveis que apresentam sinais de afundamento, rachaduras, fissuras e trincas, em mais uma etapa do processo que apura os impactos provocados pela atividade mineradora da Braskem.
O pedido foi feito pela Defensoria Pública da União (DPU), que já reuniu ampla documentação sobre os danos estruturais nos imóveis da região, por meio de fotos, vídeos e reportagens, juntadas aos autos do processo. A vistoria contará com o apoio técnico do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), por determinação da Justiça Federal.
Segundo a Defensoria, a inspeção in loco é fundamental para complementar os dados já existentes e avaliar com precisão a extensão dos danos em áreas ainda fora do atual plano de compensação e realocação. O bairro do Bom Parto, um dos mais antigos de Maceió, vem sendo afetado de forma crescente pelo fenômeno do afundamento do solo.
A inspeção pode ter efeitos diretos no processo de reparação das vítimas da tragédia geológica. Com base nos resultados da vistoria, a área de realocação — atualmente limitada aos cinco bairros oficialmente reconhecidos como afetados (Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e Farol) — pode ser ampliada dentro do próprio Bom Parto e em outras regiões vizinhas.
A expectativa é de que, diante de novos indícios técnicos, a Justiça determine a inclusão de mais imóveis no plano de compensação, o que resultaria em novas indenizações e reassentamentos por parte da Braskem.
A empresa é responsabilizada judicialmente pelo colapso geológico causado pela exploração de sal-gema no subsolo de Maceió, que gerou a maior tragédia urbana em curso no Brasil. Milhares de moradores já foram retirados de suas casas desde 2019, quando o fenômeno começou a se manifestar com maior intensidade.
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