A comoção pela morte do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, continua mobilizando a população de Palmeira dos Índios. Na manhã desta sexta-feira (23), familiares, amigos, lideranças comunitárias e representantes de entidades de direitos humanos realizaram uma nova manifestação em frente ao Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), exigindo justiça e transparência nas investigações.
Com faixas, cartazes e palavras de ordem, o grupo reforçou o clamor por respostas das autoridades. Algumas faixas traziam mensagens como “Justiça por Gabriel”. O ato foi encerrado com a oração do Pai Nosso e um grito coletivo por justiça.
Cícero Silva, pai do jovem, participou da mobilização e, emocionado, declarou ao Portal Todo Segundo: “Tenho sede de justiça. Queremos justiça, mas também segurança e dignidade. Precisamos de apoio, não de silêncio”.
Desde a morte de Gabriel durante uma perseguição policial, protestos têm se multiplicado nas redes sociais. O caso gerou ampla comoção e indignação, com pressão crescente para que os responsáveis sejam punidos.
A mobilização desta sexta-feira reforça o sentimento de dor e revolta que se espalha por Palmeira dos Índios — uma cidade que, diante da tragédia, segue exigindo justiça com firmeza e solidariedade.
Relembre o caso
Gabriel Lincoln foi morto no início de maio durante uma ação da Polícia Militar em Palmeira dos Índios. Segundo a versão dos policiais, o adolescente teria fugido de uma abordagem e estaria realizando manobras perigosas em uma motocicleta, o que motivou uma perseguição.
Ainda conforme a versão da guarnição, durante a fuga, Gabriel teria atirado contra os policiais, que revidaram. Na troca de tiros, o adolescente foi baleado. Ele ainda foi socorrido e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, mas não resistiu aos ferimentos.
Após o ocorrido, a polícia informou ter apreendido um revólver calibre .38 com cinco munições, sendo uma delas deflagrada, supostamente usado pelo menor. A arma foi apresentada como prova na ocorrência. No entanto, familiares e testemunhas contestam a narrativa dos militares, apontando possíveis irregularidades na ação e uso excessivo da força.
Investigações em andamento
O inquérito policial segue em curso, sem prazo definido para ser concluído. O Ministério Público de Alagoas acompanha a apuração. Para a família, é essencial que o caso seja tratado com seriedade e que o Estado garanta tanto justiça quanto o respeito à memória do adolescente.
A manifestação desta sexta-feira reforça o sentimento de indignação e dor que ainda marcam Palmeira dos Índios — uma cidade que, diante da tragédia, se recusa a aceitar o silêncio como resposta.
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