A mobilização popular que cobraria mais uma vez justiça pela morte do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, foi adiada. O protesto, que estava marcado para esta sexta-feira (16), a partir das 8h, em frente ao Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) de Palmeira dos Índios, teve sua realização suspensa pelos organizadores.
Segundo os familiares, a decisão ocorreu após o agendamento de uma reunião com um desembargador Desembargador Tutmés Airan, considerada estratégica para os próximos passos do caso. A família avalia que o encontro pode representar um avanço importante nas tratativas jurídicas e na busca por responsabilização dos envolvidos.
Gabriel foi morto no dia 3 de maio, após ser baleado por policiais militares durante uma perseguição no bairro Vila Maria, na periferia do município. A versão apresentada pelos agentes afirma que o jovem estava realizando manobras perigosas em uma motocicleta, desobedeceu à ordem de parada e, durante a fuga, teria sacado uma arma de fogo e atirado contra os policiais, que reagiram. A família contesta essa narrativa, afirmando que Gabriel não portava arma e foi vítima de uma abordagem violenta e desproporcional.
A mobilização desta sexta seria o segundo protesto organizado por familiares e amigos. O primeiro ocorreu no sábado (10) e reuniu dezenas de manifestantes com faixas, cartazes e gritos de indignação, denunciando o que chamam de "abuso policial" e exigindo a responsabilização dos envolvidos.
“Meu filho não era bandido. Era um menino cheio de sonhos, e teve a vida tirada de forma cruel. Não vamos descansar até que a verdade venha à tona e que os culpados sejam punidos”, declarou, emocionada, a mãe de Gabriel durante o ato anterior.
Nas redes sociais, o caso vem ganhando ampla repercussão, impulsionado por familiares, amigos e militantes de direitos humanos. A expectativa era de que o novo protesto reunisse ainda mais pessoas, incluindo representantes de movimentos sociais e lideranças políticas da região.
Embora a nova data ainda não tenha sido definida, os organizadores asseguram que a manifestação será realizada em momento oportuno e com divulgação prévia. “A reunião com o desembargador é uma oportunidade que pode abrir portas importantes. Mas nossa luta continua. A manifestação será remarcada e a sociedade será convocada novamente”, disse um dos organizadores do ato.
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