Dólar hoje 5,413
19° C em Arapiraca, AL Tempo limpo
Polícia
Postada em 25/08/2025 13:06 | Atualizada em 25/08/2025 16:58 | Por Todo Segundo

Clínica em Alagoas tinha “quarto da tortura”, aponta Polícia Civil

Parede do chamado “quarto da tortura” tinha manchas suspeitas, possivelmente de sangue
Polícia encontra “quarto da tortura” em clínica onde esteticista morreu em Marechal Deodoro - Foto: PC-AL

Uma operação integrada realizada na manhã desta segunda-feira (25), expôs um cenário de horrores no imóvel onde funcionava a comunidade terapêutica em que morreu a esteticista Cláudia Pollyane Faria de Santa’Anna, em Marechal Deodoro, na região Metropolitana de Maceió.

Segundo a Polícia Civil, o local tinha um espaço conhecido pelos internos como “quarto da tortura”, onde eram praticados atos de violência contra pacientes. A parede do cômodo apresentava manchas suspeitas, possivelmente de sangue, resultado de agressões sofridas por quem era mantido no espaço.

“As pessoas que foram ouvidas no inquérito policial deixaram claro isso. A situação deixa muito evidente o cometimento de crime de tortura”, afirmou a delegada Ana Luiza Nogueira, que conduz as investigações ao lado da delegada Maria Eduarda.

Além das denúncias de tortura, a polícia apurou relatos de violência psicológica e até estupro dentro da clínica. O imóvel, que contava com quatro quartos, apresentava sinais de abandono, mofo e falta de manutenção.

De acordo com os investigadores, cerca de 20 pacientes eram submetidos a regras cruéis. Entre elas, a determinação de tomar banho em apenas dois minutos, sempre de forma cronometrada, o que reforça o caráter de maus-tratos.

A operação contou com a participação da Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Científica, Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária e outros órgãos. Após o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, o local foi interditado.

Caso Cláudia Pollyane

A morte da esteticista Cláudia Pollyane Faria de Santa’Anna, registrada no dia 9 de agosto, foi o estopim para que as investigações avançassem.

A família da vítima registrou Boletim de Ocorrência após médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Marechal Deodoro terem informado a presença de hematomas no corpo da mulher. No mesmo dia, o representante da clínica também comunicou o óbito às autoridades.

Desde então, a Polícia Civil investiga se a morte de Cláudia está relacionada aos abusos e se outros crimes praticados dentro da clínica contaram com a participação de mais pessoas além dos responsáveis já identificados.

“As investigações seguem para identificar todos os envolvidos e garantir justiça às vítimas que passaram por tanto sofrimento naquele lugar”, completou a delegada Ana Luiza.

Comentários

Utilize o formulário abaixo para comentar.

Ainda restam caracteres a serem digitados.
*Marque Não sou um robô para enviar.
Compartilhe nas redes sociais:

Utilize o formulário abaixo para enviar ao amigo.


Instagram